ARTESÃO DA LITERATURA

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

KC & SUNSHINE BAND - por Edu Morel

Vamos falar a verdade, gente! Não existe melhor época da nossa vida do que a juventude, não é mesmo?  Nessa idade fazemos tudo para curtir a vida adoidado e a sensação é que nada, mas nada mesmo, nos atingirá.
O mais incrível é que a maioria dos rapazes saem da puberdade para a vida adulta por pura sorte, pois fazemos tudo, mas absolutamente tudo, para morrer antes!
Eu não fui diferente!
Curti tudo o que pude, dentro das minhas possibilidades, claro, se bem que isso não era impedimento nenhum porque nunca precisei de dinheiro pra porra nenhuma naquela época. Não tinha carro, mas também ninguém tinha, aliás o Brasil não tinha carro!
Na década de 70 a dance music internacional invadiu o Brasil e várias bandas fizeram verdadeiros estragos, tanto aqui como em outros países. Uma das bandas que marcou muito essa época, com toda certeza, foi o "Kc & Sunshine Band". Seu som era alegre e eles introduziram os metais, que deixavam as músicas super dançantes. Isso transformou por completo as danças e os hábitos dos jovens.
Os bailinhos eram regados com suas músicas que levavam a moçada à loucura total. Era um grande barato.
Este lance aconteceu numa sexta-feira de setembro de 2008...
Eu dirigia de Curitiba para São Paulo, onde participaria de um congresso e teria que ficar na capital paulista por 4 dias. Como sempre, a música me acompanhava.
Durante as 5 horas de viagem ouvi os CDs que havia escolhido, porém, chegando em São Paulo, tive que desligar tudo porque dirigir nessa cidade é pedreira, principalmente quando se mora numa cidade menor sem muito trânsito.
É impressionante a poluição visual, a confusão no Trânsito, o barulho ensurdecedor e a velocidade que os paulistanos dirigem!
Sou obrigado a desligar tudo por pelo menos uns 20 minutos para meu cérebro se acostumar com essa realidade, e olha que sou Paulistano hein!
Quando me acostumei com a loucura e sabendo que a demora seria grande até chegar no hotel onde ficaria, liguei o som para ouvir a rádio Antena 1, que sempre achei um barato.
De repente o cara anuncia o show da banda Kc & Sunshine Band, na casa de show HSBCBrasil, naquela noite.
Caramba! Aquilo foi muita pressão para mim.
Mudei o rumo e segui para o local para comprar meu ingresso, afinal era o mês do meu aniversário e pensei em me dar um presente.
Cheguei bem cedo ao local do show, quando a casa abriu fui encaminhado a mesa onde ficaria. Sentei e fiquei esperando o inicio. Faltando uns 10 minutos as pessoas da mesa chegaram, eram todos de uma mesma família e eu era o único de fora.
 Na hora marcada o show começou com uma música muito legal. O pessoal foi ao delírio total. Nesse momento uma turma começou a dançar aqueles passos de dança onde todos faziam a mesma coreografia, não pude resistir e fui dançar com eles. Não fizemos feio, não. Tanto que a turma toda aplaudiu aos risos e assobios, não era pra menos a maioria das pessoas que dançavam tinham quase cinquenta anos, imaginem a cena !
Quem viveu os anos 70  saberá do que estou falando.
Então, você gosta ?

ARTESÃO AMIGO
EDU MOREL
Formado na faculdade da vida, a faculdade de Administração mesmo larguei no 4º ano nem sei porque !
Apaixonado pela música.
Tênis é o seu esporte favorito.    
Adora viajar de carro. "A estrada  sempre me fascinou não importa muito para onde ela me leve sempre arrumo um jeito de chegar onde quero mesmo que tenha pego a rodovia errada."
O grande sucesso é a vida pessoal. Conheceu a esposa aos 14 anos. Dois filhos. "Apesar dos nossos problemas a verdade é que nossa vida é repleta de amor e carinho."
Com a vida aprendeu uma lição: “ Se estiver estressado não vá pescar porque vai ficar mais irritado ainda. Vá jogar tênis! Além de movimentar o corpo, vai transpirar  e  exercitar o  cérebro “ 

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

SOBRE O NOME

Aprendi desde muito cedo que o nome é a identidade que abre as portas para o meio social.
Fui registrado pelo meu querido pai (pra mim o eterno e verdadeiro Dom Sebastião) na década de 60, com o nome de Flávio, e já nos primeiros anos entendi a necessidade de associar este nome às coisas boas, afinal os primeiros erros teriam nome e sobrenome (ainda que também começasse a saber que errar é do homem).

Nunca dei muita importância para o que poderia significar este nome, tampouco me importei com as histórias que ouvia a respeito dos sobrenomes. O que sempre valeu muito, para minha pouca inteligência de menino, e muita imaginação, era saber que eram os tais Flávios (não da definição semântica, mas dos outros). Soube que o “meu” fora dado em decorrência dum craque da pelota, mas também por ser um substantivo próprio, porém quase “comum” nos idos de 50 e 60 do século passado.
O nome então ficou comigo como uma pequena joia nos primeiros doze anos de minha vida, até que bem no comecinho de minha adolescência surgiu um tal Fafá de Belém.
Explico: O Claudiomiro, amigo/irmão, dos tempos do antigo ginasial, quando me viu sem camisa na troca de roupas durante a aula de Educação Física, enxergou nos meus pequenos mamilos os fartos seios da cantora que despontava para o Brasil, naquele ano.
Quase morri de vergonha! Eu que já me acostumara com a beleza sonora do meu nome: a exata divisão de três diferentes consoantes, com três diferentes vogais, passava a responder pela alcunha, e pela tristeza da/o Fafá! Minha alegria foi que aquele ano passou rápido, o Claudiomiro desapareceu e, lá no Liberato Bittencourt, quase ninguém soube deste codinome.
Anos depois, já quando a mocidade se avançava, comecei a descobrir o mundo, e a aproximação mais incisiva da felicidade, que, impreterivelmente, passava pelos agrupamentos. Era assim: quem quisesse ser feliz tinha que estar numa trupe.
Não demorou muito para me juntar aos bandoleiros (era um tímido com assanhamentos; então o entrosamento era natural). O segundo passo era eu mesmo me rebatizar.
Foi quando outro amigo, que queria muito me apresentar aos seus colegas, me perguntou assim: “Seu nome é bonito, mas você não tem um apelido! Afinal é uma marca mais forte que o nome! Vamos? Qual é o seu?” - Pensei... Pensei... E lasquei todo envergonhado: “Fafá!”. – Senti em seu sorriso uma mistura de indignação e a ao mesmo tempo de simpatia - “Ah! Sim, é pra melhorar o Flaflá, né não?  Ficou melhor, mesmo!”.
Alguns dias depois a trupe estava reunida e, finalmente, fora apresentado como o Fafá (um jeito de não ser o Flávio e sem a minha vergonha nacional, que era o Fafá de Belém). Não é que me acostumei. Verdade! Fafá parecia mais “duro”; encarava a brutalidade alheia com força, tinha o peito e o coração mais resistente, logo os assombros não machucavam meus olhos, que nunca quiseram ver o que a gente tem que se acostumar a ver desde que a gente chega a este mundo de misérias e belezas.

Hoje, o apelido já quase desapareceu. Mas outro dia, quando passeava com meus filhos e outras crianças, não é que encontrei, e ouvi dum amigo destes tempos; que nasceu Carlos, depois virou Pelé (o mesmo que liderou a trupe com maestria); que agora responde pelo respeitabilíssimo Carlos Alberto, me perguntar assim: “Você já falou pra esses meninos sobre o Fafá?”





ARTESÃO AMIGO:

 FLÁVIO LUIZ COSTA


Sou eu:
Luiz Costa de sobrenome
Flávio para os mais ou menos íntimos
Tímido, mas não intimidado (pela política e pela polícia)
É assim que vou
Pra frente, quando não de lado
De lado, quando não para trás.
Professor, mais que poeta
Menor professor, maior poeta
Nascido no São José
Vilarejo de Pirituba
Numa casa, numa rua de número 4 A
A rua, não a casa que era de nº 22, mais que tinha o A também.
Filho do DOM SEBASTIÃO
E da minha santa JUDITH
Por isso fiquei assim: filho do rei e da santa
 Uma quase santidade.
Por isso tudo... amém!

segunda-feira, 6 de julho de 2015





  Hoje faz vinte e dois anos que escrevi este poema em homenagem à minha perpétua Musa NELLY ASSIS. 
Não é comum a um autor guardar por tanto tempo na sua mente e no seu coração, algo que criou para alguém e torná-lo público, mostrando à pessoa homenageada também, depois de tantos anos, pois nem de leve ela conheceu esse fragmento! Mas sucede que a Musa é um ente, quer seja material ou não, que transita na existência do poeta, livre de quaisquer amarras e desimpedida de limites, dele se apoderando para sempre e lhe fazendo companhia na sua jornada, para onde quer que ele vá! Abraços eternos para você, NELLY ASSIS, por tudo que representa para mim e para todos que a conhecem! 

   O JARDIM DA MUSA (03/07/1993)
        Poema para NELLY ASSIS


E os trevos se entreolham no seu enlevado delírio
Como as violetas a refletirem a luz dos olhos dela
Nas profundezas da esperança de amar sem martírio
A flora toda se aquieta quando a Musa abre a janela


As avencas se entrelaçam em pranto vão e renitente
Para espanto incomum do amor outrora tão perfeito
Deitam ao vento sua ternura como se fossem a gente
Sem o consolo do bom cravo a lhes perfumar o peito

E para o sutil desprezo da pálida margarida deflorada


Diz de soslaio a hortência que a Musa é sempre assim
Diante do olhar marejado da rubra rosa despetalada
A bela cerra a janela com suas mãozinhas de cetim

A esperar que ela nua se entregue num melhor ensejo
Mal sabem elas que no quarto está a alma da amada
Aprisionada no vaso frágil da embriaguez do seu desejo
Que bebe os doces aromas da sua boca jamais beijada



O ARTESÃO DESTE TEXTO:






Nasceu aos 21 de abril de 1958 na Capital de São Paulo. Durante algum tempo de sua infância morou no sítio de sua família, no sul de Minas Gerais, com seu pai e seu avô que liam bastante, e acabaram dando a ele o bom gosto da literatura. Alguns anos mais tarde, habituado às constantes consultas a enciclopédias e ao diário conhecimento de clássicos  brasileiros, foi se interessando pela História do Brasil e pela beleza da escrita dos nossos maiores mestres, resolvendo assim, arriscar-se a escrever crônicas  e poemas. Observou em breve tempo as imensas dificuldades da arte, não apenas em nosso país, como em toda a parte, mas mesmo assim prosseguiu sua jornada de letras, sonhos e realizações pessoais, em função da fé em suas verdades. 




domingo, 28 de junho de 2015

OS COLECIONADORES DE GRILOS



    
A história já tem mais de duas décadas. As crianças existiram de fato, e hoje tornaram dois grandes amigos virtuais: um parece que escolheu como ofício a engenharia florestal, a outra, a carreira de jornalista. Quando crianças atendiam pelos nomes simples de Iberê e Dandara, hoje, assinam com nome e codoninome: Iberê Marti e Dandara Palmares. Desconheço a razão do Marti e também do Palmares, pois são filhos dum casal com sobrenome Moraes.
Então vamos ao ato: foi no início dos anos 90 do século passado, quando morei em Porto Alegre do Norte, lá nas bandas da região Centro-Oeste do país que conhecemos o casal, que eram os pais das crianças que brilhavam durante o dia e à noite eram iluminados como a Lua. Tinham a natureza nos pés, e corriam pela floresta com a propriedade dos donos do pedaço. Passavam tardes com os passarinhos, com as cobras e os lagartos, à beira dos rios e dos riachos, só reapareciam quando o dia estava a fim dum descanso.  Aí voltavam para casa e eram as crianças mais felizes que já vieram à Terra.
     Às vezes, penso que se a liberdade tivesse registro, ele teria os nomes dos pais dessas crianças: Valdo/Benvinda, que se somados aos dos pequenos, seria a mais fina e pura tradução (pra plagiar o baiano) duma das maiores utopias da história da humanidade.
Lembro como se fosse hoje da menina me questionando: “Este Flávio só fala que num pode, que num pode, que num pode! Como é que pode, num podê nada?”, e eu só achava graça, sem entender direito pra que tanta liberdade.
      Mas foi o menino que, definitivamente, me surpreendeu:
     Num começo de noite, quando a mãe já aparentava uma ligeira preocupação com as crianças que não chegavam, e nós ríamos com as histórias do Valdo sobre a existência do homem e dos bichos (histórias contadas com pormenores poéticos e filosóficos), os  dois pequenos entraram correndo pela casa, que era uma choupana dividida em duas partes: a reservada como dormitório e biblioteca, e a reservada para conversa com amigos, em meio à comida e cafés infinitos; e o Iberê esbaforiu seu entusiasmo: “Mãe, agora tô cheio de grilos!”. A Benvinda logo demonstrou a sua preocupação: “Cheio de grilos... na cabeça?” – “Não, não, mãe! Cheio de grilos, aqui, nesta caixa de fósforos!” – “Aí, nesta caixa de fósforos? Solta este bichinhos... eles irão morrer!” – “Não, não... eles ficarão comigo até amanhã!” A mãe então aceitou. O menino já sabia das coisas, desde pequeno. 
O Iberê então correu de novo para o quintal, colocou a caixinha de fósforo aberta perto dum tanque de lavar roupas e esperou pra ver se os grilos não iam embora. Como eles ficaram quietinhos ali, ele correu pra nos chamar: “Venham, venham ver... é bem rapidinho!” – Então saímos todos e fomos até perto do tanque.  E não é que aqueles grilos do mato, verdinhos como as folhas, começaram a cantar, até atraíram três lindas fêmeas, e começarem a copular. Um amor que parecia não ter fim. Que sorte esta nossa!




ARTESÃO AMIGO:
 

 FLÁVIO LUIZ COSTA


Sou eu:
Luiz Costa de sobrenome
Flávio para os mais ou menos íntimos
Tímido, mas não intimidado (pela política e pela polícia)
É assim que vou
Pra frente, quando não de lado
De lado, quando não para trás.
Professor, mais que poeta
Menor professor, maior poeta
Nascido no São José
Vilarejo de Pirituba
Numa casa, numa rua de número 4 A
A rua, não a casa que era de nº 22, mais que tinha o A também.
Filho do DOM SEBASTIÃO
E da minha santa JUDITH
Por isso fiquei assim: filho do rei e da santa
 Uma quase santidade.
Por isso tudo... amém!

sexta-feira, 26 de junho de 2015

ZÉ DO GATO

André Jorge
    


 Zé do Gato era o mestre-sala da Favela do Fogo Cruzado, onde as balas não são de hortelã, as bombas não são de chocolate e as granadas não são bombons de licor.
     Ninguém se atrevia a meter-se a besta com o Zé, não senhor! Príncipe da malandragem, sua especialidade não era apenas o desfilar na avenida dos seus perdidos carnavais. Ele era também “dotô” na capoeira, mestre no fio da navalha e na chapa-de-pé.
  


   Seu pandeiro era desafio e desacato. Ganhou o apelido que o tornou popular pela arte de saltar muros altos nas horas extras e fazer a limpeza na casa dos otários que se encontravam em seus locais de trabalho. Mas, principalmente, pela perseguição diária e cruel que fazia aos gatos da redondeza, cujas carnes comia ruidosamente em engraçadas e deprimentes “ga-churrascadas”, e cujos couros curtia pendurados nos varais, como as “nossas roupas comuns dependuradas” de uma canção antiga chamada Chão de Estrelas. Gato que se espreguiçasse perto do Zé, acabava mesmo desfilando em algum carnaval, não como puxador ou passista, mas como pandeiro mesmo!
     Como não há valentia que sempre dure, nem gato que tenha realmente sete vidas, o Zé acabou sendo encontrado no seu barraco de zinco, enquanto a lua “Salpicava de Estrelas” o seu chão, numa quarta-feira talvez de cinzas, furado de bala, cortado de navalha e curtido que nem presunto magro quando fora da geladeira.
     A Favela do Fogo Cruzado respeitou as duas horas de luto oficial pela morte do seu grande e gatuno herói, que permanece até hoje esquecido inesquecivelmente para sempre... 
O ARTESÃO DESTE TEXTO:




Nasceu aos 21 de abril de 1958 na Capital de São Paulo. Durante algum tempo de sua infância morou no sítio de sua família, no sul de Minas Gerais, com seu pai e seu avô que liam bastante, e acabaram dando a ele o bom gosto da literatura. Alguns anos mais tarde, habituado às constantes consultas a enciclopédias e ao diário conhecimento de clássicos  brasileiros, foi se interessando pela História do Brasil e pela beleza da escrita dos nossos maiores mestres, resolvendo assim, arriscar-se a escrever crônicas  e poemas. Observou em breve tempo as imensas dificuldades da arte, não apenas em nosso país, como em toda a parte, mas mesmo assim prosseguiu sua jornada de letras, sonhos e realizações pessoais, em função da fé em suas verdades. 



quarta-feira, 24 de junho de 2015

CABOQUINHO SACUDIDO

Caboquinho sacudido

Era o Zé trabaiadô
Ca inxada distimido
Capinava fruta e frô

Foto: Malinche
Cumia os pexe do rio
Bibia as pinga da venda
Gimia di noiti di frio
Vivia sem bera sem renda

Sozinho no meio do mato
Sonhava avuá de avião
Que ia no ar tão pesado
Com seu cigarrinho na mão

Pra onde será que ele ia
Tão cinza e tão longe no céu?
Tarveis pra Goiás pras Bahia
Um anjo com asa e sem véu!

E Deus vendo o Zé tão tristinho
Prantado no chão pelos pé
Abriu no espaço um caminho
Prum vôo nas gaza da fé

As semente viraro em pranta
As verdura da horta vingô
Quem passa na roça se espanta

Com o sonho que o Zé curtivô




O ARTESÃO DESTE TEXTO:
ROBERTO DE LACERDA 


Nasceu aos 21 de abril de 1958 na Capital de São Paulo. Durante algum tempo de sua infância morou no sítio de sua família, no sul de Minas Gerais, com seu pai e seu avô que liam bastante, e acabaram dando a ele o bom gosto da literatura. Alguns anos mais tarde, habituado às constantes consultas a enciclopédias e ao diário conhecimento de clássicos  brasileiros, foi se interessando pela História do Brasil e pela beleza da escrita dos nossos maiores mestres, resolvendo assim, arriscar-se a escrever crônicas  e poemas. Observou em breve tempo as imensas dificuldades da arte, não apenas em nosso país, como em toda a parte, mas mesmo assim prosseguiu sua jornada de letras, sonhos e realizações pessoais, em função da fé em suas verdades.